16 de janeiro de 2017

O cru do ódio é o alheio
É o meio da alteridade
É a verdade com escamas
Que está nas camas das empregadas

O cru do ódio exige silêncio
Mas onera o ar em pestilência
Condecora generais e golpes
Com os rumos da nação em gasosa evidência

O cru do ódio vê na pele a distância
Vê na arrogância argumento
E sem que o animal assim se comporte
Se comporta como jumento

O cru do ódio bate na mulher
E em quem mais se meter
A besta e pensa que festa
É quando ela não deixa

O cru do ódio acha que tudo é mimimi
Que defender quem sofre é bobagem
Acredita sempre na meritocracia sagaz
Mesmo sabendo que uns precisam trabalhar mais

O cru do ódio se faz desentendido
Ou reage dizendo não ser divino
Quando um menino gosta do outro camarada
Ou quando a menina tem uma amada

O cru do ódio só não percebe
Que o mundo está morrendo
Porque o alto lixo que acumula bucólico
É quase todo seu capital simbólico

Inclusive os ruralistas agradecem e pedem
Benzadeus que sobre ele jamais se feche o cerco
Porque enfim o cru do ódio é muito bom
Pra fazer esterco

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