16 de janeiro de 2017

E quando não mais palmares houver
Pelo que lutar pelo que morrer
Deve haver uma pequena pátria
Entre Pasargada e Shangri lá
Que abrigue meu ser revoltado
Com a injustiça no mundo

Deve haver uma ilha um promontório
Para onde correr nos dias
Em que queiramos ler Neruda
Ou que desejemos ouvir Joplin
Ou Chico distraidamente
Entre os que querem o amor livre
entre quem for com quem for por onde for também

Talvez lá já estejam as barbas de Marx
Sérias demais para a simplicidade da divisão
Talvez não

Pode ser que os imortais tenham de fato morrido
E que alguns os estejam matando a mais
Destruindo e deturpando o que deixaram
Nunca se sabe

Haverá montanhas nas quais o sabiá
Possa cantar e onde Zumbi permaneça escondido
E jabuticabas decerto
Como as que comi conversando com tia Bicar

E se não houver tal lugar
Onde se possa reunir uns discos e livros
E no qual os amigos possam pensar criticamente
Sem perder o humor e o tesão

O jeito vai ser continuar lutando
Companheir@s

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