25 de fevereiro de 2016

Pó sobre pó
Como palavras tecidas de vento
Ergueu-se de si
Inexistente e puro
Lavava - se na liturgia da chuva
Já não estendia as mãos às moedas
Sabia do soslaio alheio
Sem pena
Sem dor
Sem ressentimento
Já fora caminho e pedras soltas
Dessas que aqueles sem pecado jogavam
Das chagas e chacinas de estar vivo
Herdara o saber escuro
De atrás dos olhos
Agora fazia manhãs
Que confeitava de núvens
Imperfeitas e chuvosas
Como o homem jamais poderia ter deixado
De ser

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