25 de fevereiro de 2016

Pára o sempre que quero descer
O sofá está velho
O cachorro está velho e fede
O chão de tacos está solto
E é um perigo para lunáticos
Que vivem no mundo dos livros
O pó da biblioteca ainda é o mesmo
Há décadas e estamos ficando menores
Em nosso heroísmo de salvar cães e gatos
Da rua e dos maltratos da humanidade
Já não fazemos amor na nossa máquina
de moer o mundo herdada de John&Yoko
Já não queimamos os maus espíritos
Inalando suas verdades astrais
Agora somos só expectativa
E silenciamos o medo
Mas sabemos
A felicidade está nas flores
Está no grito dos amantes
Nas músicas que ouvimos juntos
Sorrindo de cumplicidade e memórias
Já dançamos nus na chuva
E ficamos dias a fio no escuro do quarto
Já cozinhamos juntos e bebemos todo o vinho
Trilhamos os caminhos da eternidade agora
E vimos lá fora o nascer do sol e o seu pôr
Temos ranzinices guardadas nos armários
Pros días de chuva e vento
Porque não podemos sair
Com medo dos resfriados
Ainda assim nos damos as mãos
Nas praças dos shoppings
E queremos namorar como na modinha
Que foi feito de nossos piercings
E das paisagens tatuadas em nossos corpos
Do amor correndo livre em nossas veias
Ainda são só ternura e paz
Como nós somos
Como nós fomos
Como ainda seremos
Para sempre

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