25 de fevereiro de 2016

O que tenho pra fazer no mundo
Uma música angustiada de violência
Uma viagem a pé pelos caminhos
De Roma em busca de solidariedade
Um vôo num dirigível bombardeando
Cidades e exigindo dormir com Geni
Uma casinha na colina com discos
Livros plantas amigos e nada mais
Sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo
A obra teórica mais instigante
Onde vou encontrar minha humanidade
Um suicídio exemplar que nos redima
Até que a hipocrisia nos proteja
Um rock obscuro como a asa da graúna
Falando do big bang e do velho oeste
Seduzir seduzir seduzir
Procurar um par num palheiro sem agulha
Dormir no sereno para medir forças com a lua
Escavar as ruínas pra verificar se fui um gentleman
Escoar as águas passadas para a panela
E fazer uma sopa com a farinha do moinho
Espancar espancar
Partindo do princípio de que o prazer
O verdadeiro prazer está em ser submisso
E verdugo ainda que isso só esteja escrito
na pele dos que desejam o infinito
Lambuzar-me do teu cheiro e gosto ainda
que a noção de civilidade se veja enojada
Pular na cama até que as molas saltem por si
Esquecer que já fui triste porque sou real
Morrermorrermorrermorrermorrermorrer
Sempre intensamente aos jatos e gritos
Desenhando quadros distorcidos com
a própria felicidade fugidia dos membros crispados
Deitar no teu colo num gramado sem formigas
Escutar tua voz enquanto fritamos o peixe
Saber toda história de tuas amigas
Oferecer as entranhas aos Deuses cada vez
Que resolvemos não querer mais encaixar
Minha prepotência na tua intensidade
Tua alegria na minha sapucaídade
Penso logo repito o que tenho pra fazer
No mundo sem a tua proximidade

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