25 de fevereiro de 2016

É verdade então
De nada adiantam a razão e o discernimento
De nada adianta o cimento dos lábios no Beijo
De nada adianta o Tejo ao entardecer
Se não há Pessoas no seu tudo vale a pena
Se não há inimigos a combater com Gentilezas
Se não há as proezas no seu dia a dia
Não há via que o medo não devore
Nem noite em que ele não se arvore
Como uma promessa vil de vida e corredeiras
Porque carpideiras se não há choro nem vela
E porque uma janela num beco
Tudo seco tudo da cor de dentro
E o centro do universo sempre se deslocando
As jandaias declamando Cazuza fazem pensar
O que diabos é um lar
Um lugar reincidente de segurança e paz
Continue a nadar diz a menor das barbatanas
E sinestésicos abraçamos cheiros gostos na pele alheia
Como quem rouba a lua erotizado de poder
Somos vagens
Somos vagens no nosso sono matricial
E embora nada faça sentido
Não ter rumo nem certezas
É o que temos de melhor
não nunca houve mal
em ter nas faces um pouco de sal

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