25 de fevereiro de 2016

PEDAGOGIA DO ERRO
Erre
Erre muito e sempre
Erre por Bruxelas
Pelos becos de Paris
Pelos canais de Veneza
Erre sem nunca acertar
Sem nunca se quedar
Insatisfeito imperfeito humano
Erre de barriga cheia
Ou de barriga vazia por um pão
A mão estendida suplicando
Erre amando
Cada curva cada delícia do caminho
Erre sozinho
Entre lágrimas e sorrisos vãos
Que não serão vistos
Entre bem quistos bem apessoados
Erre entre os humilhados e ofendidos
Nos precipícios
Não há erro
Tudo desce e cai por terra
E todo sólido se desmancha no ar
Erre com as dúvidas
Machado sabia
Duvidar é do ser
Erre com os filhos
Com os filhos dos filhos
Acerte bolinhas de papel
Erre nas provas da vida
Cada questão de marcar xis
Erre na mesmice
E finalmente quando muito tiver errado
Continue errando
Para o alto e além
Livre das certezas
Livre do incômodo do politicamente correto

Nenhum comentário: