13 de maio de 2014

Poendo o horizonte
O velho e gordo sol
Despenca hilariante
detrás das montanhas

O gato da Alice então
Vem pra o concerto
Das estrelas e ouvindo
Grilos e cigarras vai
Limpando o céu da confusão
Que o desastrado astro deixou
Será que sou só eu
que procuro com o olhar
irrequieto no âmago da noite
A parte de mim que ainda
Não me pertence

Será que apenas mim
Vive assim meio desnorteado
Procurando pelos lados
Um ponto de fuga
Um circo de pulgas
Onde exibir minhas
habilidades caninas

Será que apenas meu olhar
Vagueia erigindo mitos
E metas onde se meta
Minha finalidade e onde
Finde nossa normalidade

Quem sabe aonde leva a noite
Aonde vão os inocentes
Depois que sua inocência
Se torna um empecilho
Para que brilhe o luar

Quero navegar tuas letras
Circundar tuas retas
com o texto das promessas
Que ainda posso fazer

colha o sol com teus seios
sejamos feios apenas
E que nos vejam nus
Esquecidos da civilização

Com a parceria luxuosa e sublime de Eli Macuxi
Se mais vermelha a paixão fora
Qual tora em brasa estalando
Não ficarias no firmamento deambulando
e te consumirias como quem na treva chora

Assim é que talvez não se demora
E alguém mais ajuizado profere misto
de juramento e maldição
Se agora padeces do fogo de Mefisto
É porque de amor ou de tesão
Todo mundo é sem noção