Preciso ser menos do que sou
E fazer amigos em cada bar
Preciso dizer que não amo
A mulher das pernas perfeitas
Mas aquela outra improvável
Que entende meu delirio e minha maldição
Preciso escrever na testa que não quero
Nada nem ninguém no meu encalço
E que preciso ser meu de vez em quando
Preciso dizer que ando apaixonado
Por alguém que nem conheço
E que peço aos céus que me desconheça
Também
Preciso estar além
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
15 de março de 2014
De fato não sei como é a do parto
pois minha condição masculina me impede
Faço uma vaga ideia de como são as cólicas
que dizem ser a segunda maior
depois da concepção
Mas permitam-me discordar
Explicando minha questão
Aquela de perder
a quem se ama
É a pior
Pois não há cura
Não há o que estancar
costurar ou arrancar
Nem o que preencha o vazio
Quando ele dói
pois minha condição masculina me impede
Faço uma vaga ideia de como são as cólicas
que dizem ser a segunda maior
depois da concepção
Mas permitam-me discordar
Explicando minha questão
Aquela de perder
a quem se ama
É a pior
Pois não há cura
Não há o que estancar
costurar ou arrancar
Nem o que preencha o vazio
Quando ele dói
quando teu coração pedra for
não duvide da dor que é ser humano
não duvide do engano de uma paixão
não duvide da razão que faz acreditar
não duvide que meu lar foi teu corpo
e que meu sopro de vida foi o mesmo ar
onde teve lugar nosso perfume
o que nos resume a um só e ao mesmo
em que a esmo imagens ficaram marcadas
não faça pouco das fadas cujo encanto
nos retirou o manto e nos fez brincar
a ciranda do par e dos gozos momentâneos
preservada em instantâneos em movimento
alento para os dias de pouca memória
história que virou pó e o vento espalhou
e que se voltou contra nossa vida
e revelou o belo e o triste da relação
por isso quando teu coração pedra virar
procure não hesitar atire o primeiro amor
não duvide da dor que é ser humano
não duvide do engano de uma paixão
não duvide da razão que faz acreditar
não duvide que meu lar foi teu corpo
e que meu sopro de vida foi o mesmo ar
onde teve lugar nosso perfume
o que nos resume a um só e ao mesmo
em que a esmo imagens ficaram marcadas
não faça pouco das fadas cujo encanto
nos retirou o manto e nos fez brincar
a ciranda do par e dos gozos momentâneos
preservada em instantâneos em movimento
alento para os dias de pouca memória
história que virou pó e o vento espalhou
e que se voltou contra nossa vida
e revelou o belo e o triste da relação
por isso quando teu coração pedra virar
procure não hesitar atire o primeiro amor
redoneto
aprendi com as palavras
a me tornar ligeiramente
divergente do que quero dizer
a me enternecer com o vazio
a sentir frio quando há calor
a bajular o amor mesmo quando
ele esquece de existir
aprendi com as palavras
que estamos todos grávidos
em algum momento
de algo que é do outro
e que não existe repulsa maior
que esquecer o quanto
é singular a primeira pessoa
aprendi com a palavra árvore
a me contorcer por um nada de sol
e a me manter ereto mesmo
nas grandes tempestades
mas no fundo nunca soube
o que as palavras podem
me dizer de igual sem
que haja igualdade
a me tornar ligeiramente
divergente do que quero dizer
a me enternecer com o vazio
a sentir frio quando há calor
a bajular o amor mesmo quando
ele esquece de existir
aprendi com as palavras
que estamos todos grávidos
em algum momento
de algo que é do outro
e que não existe repulsa maior
que esquecer o quanto
é singular a primeira pessoa
aprendi com a palavra árvore
a me contorcer por um nada de sol
e a me manter ereto mesmo
nas grandes tempestades
mas no fundo nunca soube
o que as palavras podem
me dizer de igual sem
que haja igualdade
caso com você
Todos os dias que você quiser
E nos que não me aceitar
Me caso com seu lugar
No mundo com seus amigos
Seus dias chuvosos
Com os escravos desses
Seus olhos vadios
Com os navios que sua voz
Naufragou sabendo que
era preciso navegar
Caso com seu (a)mar
me desamando com
a brutalidade do seu carinho
Com seu caminho tão felino
E independente
Caso com seus dias pré
com sua pós suas teses
E te(n)sões
Caso com os senões das nossas discordâncias
E com as errâncias da sua pele
Em mãos estranhas e tempos distintos
Caso com o que meu corpo
não sabe das suas experiências
com as rugas que surgirão
Caso com sua mão
E com a história que ela sonhou
E realizou
Todos os dias que você quiser
E nos que não me aceitar
Me caso com seu lugar
No mundo com seus amigos
Seus dias chuvosos
Com os escravos desses
Seus olhos vadios
Com os navios que sua voz
Naufragou sabendo que
era preciso navegar
Caso com seu (a)mar
me desamando com
a brutalidade do seu carinho
Com seu caminho tão felino
E independente
Caso com seus dias pré
com sua pós suas teses
E te(n)sões
Caso com os senões das nossas discordâncias
E com as errâncias da sua pele
Em mãos estranhas e tempos distintos
Caso com o que meu corpo
não sabe das suas experiências
com as rugas que surgirão
Caso com sua mão
E com a história que ela sonhou
E realizou
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