Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
17 de outubro de 2012
6 de outubro de 2012
Tresloucado
ele seguia
Amando sonhos
abocanhando
Dias e
noites com suor na fronte
E desejos
inacabados
Sua ira era
doce e forte
Sua delícia
acompanhada de chicote
Tornava o
mundo vermelho lindo
Suas palavras
eram incompreensíveis
Pele afora
e ele jorrava alegrias
E tristezas
de não poder e gostar
A cada
mergulho a intensidade
E o
desespero se apoderavam
Da inocência
que fingia não ter
E o
tornavam refém de carnes
Que não
eram suas mas queriam ser
E ele
flutuava marrom e singelo
Como sombra
do que fora
E do que
deveria querer
Seus dentes
cravados no que dela
Restava de
si emitiam sinais
De socorro
em ondas de gozo
E animalidade
e zepelin em chamas
Ele afundava
em nuvens e receios
Dizendo amar sem freios
1 de outubro de 2012
POEMA MEU TRADUZIDO DO INGLÊS
O destino é meu amigo
E viajamos juntos
Ele e eu
Pelos descaminhos e picadas
Deste mundo inexplorado
Cada ser que ele seduz
E desnuda
Se torna parte daquele velho poema
Do John Done que servia de epígrafe
Praquele verde vale
E pra vida da gente em diante
Ele limpa minhas sandálias de couro
Da lama dos dias chuvosos
Enquanto me conta causos
Do passado de que já nem me lembrava mais
De tanto estar no presente
Não sei direito de qual dos lados da vida
Ele retira forças pra atravessar os desertos
Que enfrentamos juntos
E para beber às estrelas e aos olhos
Da mulher que amo e que não está comigo
Nas horas em que a ausência do gosto dela
Me revela o quanto sou incompleto e fraco
Como consegue me acompanhar
quando praguejo e chuto pedras
querendo voltar sobre meus passos
ou simplesmente deitar e morrer
olhando o horizonte que arde
O destino é meu amigo
E se eu não tiver forças
Sei que ele vai me levar
Consigo nem que seja nas costas
Vai me tirar deste deserto
E graças a ele vou beber de novo
Da fonte que ela tem no corpo
Porque é dali que emana a vida
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