Não havia nas bocas
Nada senão bocas
Bocas que outras bocas
Já tinham abocanhado
Bocas trancadas no calabouço
De si
vorazmente engalfinhadas
Bocas crescendo
Disputando
Engolindo cada pedaço
Do outro
Numa antropofagia
Desesperada
Apressada
Quase mórbida
Pareciam ventosas grudando-se
Sustentando os aventureiros
No teto do quarto
Em pouco tempo
não havia mais nada
nem braços
nem pernas
nem cores
nem nomes
apenas bocas
insaciáveis
lascivas
e o beijo.
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
22 de abril de 2010
21 de abril de 2010
20 de abril de 2010
tenho andado muito
com minha sombra
sempre calada
triste angustiada
vivendo sombria
coisas impalpáveis
e parte do meu delírio cotidiano
em busca de respostas inevitáveis
partilho com ela
o meu pão de cada dia
(embora a dose seja única)
partilhamos também
tudo o que faço e faria
sem medo de errar
de dançar na chuva
até morrer de ciúmes
por isso quando amamos
eu apago a luz
com minha sombra
sempre calada
triste angustiada
vivendo sombria
coisas impalpáveis
e parte do meu delírio cotidiano
em busca de respostas inevitáveis
partilho com ela
o meu pão de cada dia
(embora a dose seja única)
partilhamos também
tudo o que faço e faria
sem medo de errar
de dançar na chuva
até morrer de ciúmes
por isso quando amamos
eu apago a luz
18 de abril de 2010
17 de abril de 2010
15 de abril de 2010
13 de abril de 2010
Minha pele
adota fatos
que a solidão
dos teus olhos
não compreende
Cada volta
Que minha mente dá
Ao redor dos teus mamilos
Me obriga a ser
Mais duro
Comigo mesmo
Abocanhar teu mundo
Quase resume
Ser feliz
Com uma pitada
De crueldade
Que exercício é este
Misto de susto
E apicultura
Que nos torna tão densos
E perpetráveis?
A vida do ápice
É tão curta e tatuada
De um morrer sem fim
Que ele já nasce assim
Como um gemido
adota fatos
que a solidão
dos teus olhos
não compreende
Cada volta
Que minha mente dá
Ao redor dos teus mamilos
Me obriga a ser
Mais duro
Comigo mesmo
Abocanhar teu mundo
Quase resume
Ser feliz
Com uma pitada
De crueldade
Que exercício é este
Misto de susto
E apicultura
Que nos torna tão densos
E perpetráveis?
A vida do ápice
É tão curta e tatuada
De um morrer sem fim
Que ele já nasce assim
Como um gemido
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