3 de junho de 2006

Mais um Poema desta Maravilha de poeta

OFÉLIA RELOADED

Senhora
dona de mim,
não reparta
o cristal escarlate

iguanas se formam
em meus bolsos,

lodo no copo,
flor esgarçada
no sexo,

retira a jóia
torpe,
subverte
o vate

vela,
lâmpadas cáusticas
vertem fogos
fátuos,

descasca-lhe o frio
dorso,
incrusta um nome
às avessas

verbo,
seda luxuriante
que dilacera

o corpo inerte,
mortalha silente,

olhar os próprios olhos,
enquanto tomba
a cabeça
e desaprender a dor
num instante,

essa voluptuária
serpente
de jaspe

(Ana Maria Ramiro)

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Ilha

Praia varrida
Ilha virada
Nos corais
Da tua pele
E mais fundo
Despedaço
O casco
Do meu navio
Pra desespero
Da tripulação