26 de dezembro de 2005

Triste
A noite deflora
A tarde
Que arde
E se muda em tons
Que eu não saberia
Descrever
em versos

triste
a noite domina
a tarde
que faz alarde
do seu fim róseo
como se soubesse
que ali começa
o momento
dos devassos

triste
a noite desatina
a tarde
que encarde
o céu de cores
para que se saiba
que ali se esvai
o virgem sangue
dos travessos

triste
a noite omite
a tarde
que entende
na escuridão
interna o sentido
de ser o outro
nos próprios avêssos

16 de dezembro de 2005

A correria dos dias
Me odeia nas veias da cidade
A correria da louca
Da lua me invadia
Nos becos da mocidade
A correria dos beijos
Me adia
nas despensas da insanidade
a correria das vias
me envia
nas cordas da tua vontade
a correria das correrias
que me incendeia
te vadia
no cheiro de nossa tarde